quarta-feira, 19 de setembro de 2012

Indo à Baixa




Ontem desci as ladeiras e fui à Baixa... experimentei caminhar pelas ruas que levam até onde estão o comércio e a rodoviária. Fui conduzida pela minha nova colega do doutorado, a angolana Cláudia. Pessoa muito amável e solícita que me levou à Loja do Cidadão para providenciar meus documentos portugueses. 




Pelo caminho fotografei algumas coisas, não muitas por causa tempo restrito, mas pude observar um pouco mais desta cidade que me acolhe.






As ladeiras mais íngremes são providas de escadas e as portas dos prédios dão diretamente no passeio, onde não há carros, apenas pessoas subindo e descendo a pé.



Muitos tempos se juntam em um mesmo lugar. Construções muito antigas convivem com novos usos e com novas edificações.


Assim começo a caminhada a pé (e uma breve pesquisa sobre onde estou com meus pés agora...), a partir do Polo1 da Universidade de Coimbra e a visão de tantos degraus é meio desanimadora...


Fonte pesquisada: https://estudogeral.sib.uc.pt/.../Márcia%20Xavier.pdf






Próximo a Sé Velha, caminhos estreitos e circundantes. Segundo entendi, a cidade começou a ser construida no alto, com edificações fortificadas pré românicas.


Na intersecção das Ruas São João, parte da Rua Borges Carneiro e Rua do Norte estaria a fortificação romana, por volta dos séculos V-VI, o que significa que estou morando no trecho mais antigo da cidade... (é bem a minha cara...rs)







Esta é a Sé Velha, sua construção teve início em 1162, depois da cidade ter sido reconquistada dos muçulmanos pelos cristãos. 



Minha rua nasce atrás dela. Aqui circula toda gente: moradores e turistas, mas nos últimos dias o público maior é de estudantes, especialmente no final da tarde e durante a noite. 


Ladeira acima está o pátio da Universidade.

É realmente impossível ficar alheia a tanta história... Penso que no Brasil deveríamos conhecer nossas cidades históricas e saber mais sobre a história de Portugal, afinal, temos muito de nossos colonizadores.

Quem conhece as edificações de cidades mais antigas como Paraty, Salvador, São Paulo, Rio de Janeiro entre outras, vai ver aqui uma linguagem bem familiar.






A caminho da baixa passamos pelo Arco de Almeida na Rua Visconde da Luz. É uma visão tipicamente medieval incrustada entre edificações barrocas e  modernas.

Como já é possível perceber a cidade de Coimbra divide-se entre a Alta mais antiga e a Baixa (próximo ao Rio Mondego) composta pelos arrebaldes medievais. Anda não fui ao rio...

Pelo que notei a Baixa está passando por um processo de modernização, recuperação de edificações e espaços visivelmente para finalidades comerciais e turísticas, o que faz pensar na população moradora...








Ainda não me inteirei sobre esta política, mas o que deu para perceber até agora é que para se resolver questões de alimentação, compras em geral, documentação etc, devemos descer à Baixa ou ir para o outro lado da Alta, numa porção que ainda não conheci. Tem o outro lado do Rio Mondego onde está o Fórum (Shopping) e o Hipermercado Continente. Na Alta, pro outro lado está o Estádio e o Dolce Vita (um shopping em uma área nova ou reurbanizada).





De volta a minha incursão pela Baixa, aproveitei para tirar uma foto da relutante Cláudia, que não queria ser fotografada, mas cedeu aos meu apelos...rs. Sou muito agradecida pela sua preciosa ajuda.


Os dias aqui estão muito quentes, por volta dos 32°C... o que refresca é a brisa que vem vem do rio, andar pela sombra, tomar sorvete (gelado, como se chama aqui) e é claro, muita água...








Ao chegar a Praça 8 de março e ver a fonte, me lembrei de uma coisa muito interessante... Aqui não há bebedouros como no Brasil. Nem na Universidade, nem nos prédios públicos, supermercados... Toda água para beber tem que ser comprada. Uma garrafinha de 500ml custa de 1 euro, (na cotação de 15/9 = R$2,82). O que quer dizer que se consumir 2 litros de água gastará R$11,28 por dia.







Se comer na cantina da faculdade, almoço e janta, gastará entre 9 e 6 euros, o que nos leva a concluir que comer é mais "barato" que matar a sede...rs

Também fui ao supermercado e descobri que não sei comprar café aqui...rs. Tem tantas especificações nos rótulos que precisei pedir ajuda para escolher um pacotinho.






No Panteão Nacional está o Mosteiro de Santa Cruz, fundado no ano de 1131.

Andando por aqui e conversando com a Cláudia, recebi tantas informações novas que senti como se tivesse morrido e nascido de novo...em outro tempo, outro lugar. 

Esse sentimento surgiu por causa da necessidade de reaprender a falar com as pessoas, a andar pelas ruas, saber onde e como resolver problemas burocráticos, comprar coisas, me localizar, em fim, pequenas coisas que ainda não sei como são por aqui... Nem documentos eu tenho...rs







Mas não é uma sensação ruim, ao contrário, é um prazer sentir-me renascida, com muito por aprender, descobrir e crescer.

A D. Anita (minha senhoria) me disse que toda essa mudança é boa pra gente usar a mente, assimilar coisas novas e rever as antigas. É uma sábia essa D. Anita e muito bem disposta, desce e sobe as ladeiras entre a Alta e a Baixa na maior desenvoltura...

Acho que só mesmo assim, com tanto para ver a aprender dá pra ir driblando a saudade.









Um Incêndio de ontem, por volta das 16:30h, mobilizou mais de 400 homens do Corpo de Bombeiros local, a coluna de fumaça que se ergueu dava para ser vista da Baixa. 


Assustadora visão para a gente que não tinha informações sobre o que estava acontecendo. Só dava para saber que não era na Universidade pois dava pra vê-la de onde estávamos, mas sabíamos que era na Alta. 

Depois vimos na Internet que foi numa área florestal em Pinheiros/Torres de Mondego. Anda não fui para aqueles lados, no entanto sei que compõe o patrimônio natural daqui, que é grande e do qual a população se orgulha.

Para concluir, ontem voltei acabada pra cá e até tentei postar tudo isso, mas não deu... Hoje não havia aula, só a abertura oficial do ano letivo, a qual pretendia comparecer, mas estava tão cansada e fui dormir tão tarde que perdi a hora. Passei o dia estudando por aqui mesmo.

Me lembrei que não tenho mais 20 anos ao me levantar da cama e sentir que todos os ossos e músculos do meu corpo doíam. Acredito que esta cidade vai me colocar em forma de novo...rs.


4 comentários:

  1. quem escreveu? se não assinar não sei que é...rs

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  2. fúi eu... adivinha.... alis !!! rsrsrsrs

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  3. com todo este material.. e teus comentários.. depois podes fazer um livro !!!!! bjs (comentar nesta coisa é tri difícil) rsrsrs.. alis.

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